domingo, 21 de agosto de 2011

BORDADOS À MÃO

Nestes 25 anos de existência o Centro Cultural Feminino - CCF tem marcado sua presença por meio de diversas atividades promovidas na cidade de São João del-Rei e, em especial, pelos produtos criados por artesãos e artesãs da cidade. São famosas as toalhas de linho bordadas com esmero por bordadeiras que, felizmente, ainda insistem em preservar esta antiga tradição.
Você assistiu o filme brasileiro Amor e Cia, dirigido por Helvécio Ratton e que tem no elenco Marco Nanini, Patrícia Pilar e Alexandre Borges, entre outros? Pois é, este filme apresenta em algumas cenas produtos artesanais adquiridos do CCF como, por exemplo, as fronhas da cama de casal, bordadas sob encomenda especial. Aliás, os bordados do CCF são encontrados em enxovais de bebê, camisolas para batizados, toalhas de rosto e de banho, toalhas de lavabo, panos de prato, toalhas de mesa, bolsas etc.
Vale ressaltar que o Centro Cultural Feminino de São João del-Rei se empenha em resgatar, valorizar e socializar a arte dos bordados manuais com suas variadas e antigas técnicas que, muitas vezes, eram repassadas de mãe para filha e que atualmente, com a massificação e uniformização de produtos industrializados e globalizados, encontra-se praticamente em vias de extinção. O bordado manual é, com toda certeza, um importante bem cultural e histórico das nossas Minas Gerais e também fonte de geração de renda para as artesãs.
      Visite a Sede do CCF, na Rua Marechal Bittencourt, para conhecer os bordados e as bordadeiras, bem como outros produtos artesanais. Ah, lá você pode também aprender a arte do bordado!

5 comentários:

  1. Parabenizamos à coordenação e a todos os membros do Centro Cultural Feminino pelos trabalhos desenvolvidos na cidade de São João del-Rei. Parabenizamos também pela iniciativa de criação deste blog que mostra o compromisso de todos vocês!

    Abraços!

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  2. Em primeiro lugar gostaria de parabenizá-la pelo Blog. Ótima iniciativa, Magdinha. Você é um espetáculo!
    Eu amo bordados e não os vejo como simples pedaços de pano para adornos domésticos. Vejo-os como obras de arte, como pinturas ou mesmo como páginas de uma estória. Não resta dúvida de que todos os bordados são lindos, mas o interessante no ato de bordar é o trabalho de memória que é desenvolvido pelas bordadeiras. Cada paninho bordado é carregado do jeito delicado de cada uma delas. Em momentos mágicos elas se unem, e como fadas com suas “agulhas de condão”, pregam, fixam e costuram sobre os tecidos, sem vida, as suas experiências de mulheres. Suas linhas, entrelinhas e pontos marcam o pano como se fossem linhas do tempo em rostos da maturidade. De cabeça baixa, com minuciosa atenção, o livro da memória vai sendo confeccionado. Já não são tecidos sem vida. Encorparam-se, enriqueceram-se, tornaram-se memórias. Memórias de mulheres diversas, mulheres meninas, mulheres tristonhas, simplesmente mulheres. Por terapia ou simplesmente por amor aos pontos e laçadas, elas caminham juntas. Juntas e separadas. Juntas no prazer, separadas pelas experiências. Através das trocas e coincidências elas caminham bordando, tecendo memórias. Deixam sobre o tecido suas alegrias, realizações, preocupações, angústias, suspiros profundos e bordam, bordam para “terapiar”, bordam para acalmar, bordam para aliviar. Não sabem, mas simplesmente bordam por amar. Amar a vida, amar o próximo, as amigas e a si mesmas. Juntas confeccionam um grande livro de contos, causos, notícias da Gazeta e boatos dos vizinhos. E entre tudo isso caminham a agulha e a linha, que seguem juntas obedecendo as mãos das bordadeiras, das escritoras de memórias. A agulha - a caneta, a linha - a tinta que segue riscando e deixando grafadas no tecido as experiências, as dores e as delícias das bordadeiras do CCF. Parabéns, meninas, pela arte que aflora das suas mãos, que unem páginas de uma grande estória de vida.
    Lendo a estória do CCF no Blog lembrei-me de um ótimo filme e deixo aqui como sugestão para as meninas bordadeiras, “Colcha de retalhos”. Ao assistimos ao filme “Colcha de retalhos” temos uma sensação de que a enorme colcha de retalhos é um pedaço vivido por cada personagem, ele leva-nos a refletir sobre a vida e o papel de cada um de nós em nosso entorno.
    Abraços carinhosos e apertadinhos da flor do dia

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  3. Olá Pessoal!
    Achei muito interessantes este vídeo.
    Senhora de 91 anos ensina bordado para a terceira idade
    http://www.youtube.com/watch?v=Ux37vEWsKwk
    Deem uma olhadinha.

    Beijos da flor do dia!

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  4. Mesmo sem minha mãe me ensinar eu entrei para um curso promocional de uma loja de aviamentos e aprendi muito deste trabalho e eu mesma fiz o enxoval do meu filho quando nasceu.
    Sou tradicional e conservadora dos valores de antigamente, por natureza e sigo as coisas que são realmente de valor.
    Embora,a industrialização tenha tomado o mercado dos lindos bordados ,nunca serão iguasi aos feitos de forma diversificada e personalizada,como os manuais .Eu penso que em breve este trabalho manual ainda será muito valorizado,pois um Jeep velho hoje vale mais que um carro novo e o mesmo se dá com uma máquina de costura reta. A minha que já adquiri de outras pessoas e já deve ter uns 50 anos,creio eu,vale mais do que uma nova,incrível!
    Não se compra uma igual a minha por menos de R$1.300,00 enquanto as novas e modernas se compra por R$ 600,00
    Amo bordar e ainda vou visitar vocês aí.
    Beijos e parabéns pelos lindos trabalhos!!1

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    1. Jú, obrigada pela atenção e carinho.
      Venha sim nos visitar! Será um grande prazer receber você.
      Como você disse, realmente a industrialização está tomando (se já não tomou por inteiro!) o espaço dos bordados a mão e do artesanato manual em geral. O mercado das artes manuais está quase em extinção. As pessoas mais jovens não querem aprender. A população quase não valoriza mais.
      O Centro Cultural Feminino ainda tenta resistir.
      Um abraço.
      Magda (pela Diretoria do CCF)

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